Tensão na última caminhada do ano
Pela falta de tempo fiquei quase um mês sem ir para montanha, mesmo na correria eu queria dar a última caminhada do ano.
Uma boa pernada que daria para fazer com qualquer tempo seria a travessia Tartaruga – Garuva, travessia pesada para fazer de ataque.
Pra quem não conhece, ela começa em uma lanchonete chamada Santpar na BR 376, na divisa do Paraná com Santa Catarina.
As 6:30 da manha lá estava eu, Otaviano, Carol, Lucas e Greissy para o inicio da caminhada, o tempo estava uma merda, desde a hora que saímos de Curitiba não parou de chover.
No primeiro 1/3 da subida a trilha estava muito ruim, perdemos um bom tempo para achar a trilha que varias vezes sumia.
Depois a caminhada rendeu bastante quando não encontramos mais dificuldades em se orientar.
Quando chegamos ao cume do Tartaruga era aproximadamente meio dia, o tempo não colaborava, chuva, uma neblina que não deixava a gente ver mais que 10metros à frente e frio que nos obrigou a usar os anoraques.
Seguimos rumo ao Morro do Quiriri ou também conhecido como Morro das Antenas, a partir do Tartaruga a caminhada é somente por campos e como a visibilidade era quase zero a única opção era a navegação através do GPS.
No cume do Quiriri comemos e descansamos um pouco, mas logo voltamos a caminhar.
A travessia estava muito bacana, todos animados, ritmo muito bom e o lugar é um tesão.
Chegamos ao cume do Garuva as 19:30, a essa altura do campeonato já totalizava 13horas de caminhada a baixo de chuva, não víamos a hora de chegar ao carro para tomar uma xícara de café bem quente, que apesar de estar fazendo o maior calor no litoral, lá em cima o frio estava pegando.
A descida foi bem devagar, trilha muito encharcada e a mata um pouco fechada com o agravante de já ter escurecido e o cansaço que estava pegando a todos.
Faltando 1/3 para o final da descida, resolvi descer na frente para agilizar o resgate dos carros que tinham ficado no inicio da travessia, comuniquei a todos a minha ideia e segui correndo para baixo.
Cheguei às 23 horas na Vila das Pedras, onde acaba a trilha do Garuva, levei uma hora para chegar depois que me despedi do pessoal.
Já na primeira casa que avistei encontrei o morador na varanda, perguntei se havia possibilidade dele me levar ate o Santpar para eu pegar o meu carro, dava uns 10 km de distancia.
Levei uma hora para o Sr. Paulo me levar até o carro, eu trocar de roupa, pegar a roupa seca de todo mundo e retornar para o inicio da trilha para fazer o resgate de todos.
Cheguei meia noite na boca da trilha, lá só encontrei o Otaviano e a Carol, perguntei sobre o Lucas e a Greissy, eles não sabiam, pois os dois tinham descido na frente deles e já deveriam ter chegado.
A partir daquele momento foi uma tensão total, rodamos em torno da região com o carro, retornamos ao inicio da trilha aonde se encontrava o carro do casal, fomos a todos os lugares possíveis de Garuva.
Às 3 horas da manhã chegamos à conclusão que eles ainda estavam na montanha.
Tentamos resolver entre a gente mesmo, liguei para o Alisson do Nas Nuvens Montanhismo que de imediato se prontificou em pegar a Michelle que estava em Curitiba e descer os dois para a busca.
As 5:30 da manhã o Alisson e a Michelle estavam subindo o Garuva para tentar encontrar o casal.
Eu com o Otaviano ficamos no carro descansando caso tivéssemos que subir mais tarde, estávamos muito debilitado para subir naquele momento.
Às 7 horas recebo a ligação do Alisson para avisar que acharam o Lucas e a Greissy e que estava tudo bem, foi um alivio para nós que estávamos até aquele momento apreensivos com o que poderia ter acontecido.
O que aconteceu? Essa historia fica para uma próxima, sei que no final estávamos todos no Santpar tomando café e comendo pão de queijo.
Alisson e Michelle, muito obrigado pela ajuda, problemas internos resolvemos internamente mesmo, vida longa ao Nas Nuvens Montanhismo.
Sempre as ordens!!! meu garoto!