Marumbi – Via Enferrujados
A quinta feira parecia que o tempo estaria um tesão, na noite anterior deixe tudo arrumado para sair pela manhã cedo caso o tempo bom se confirmasse.
Ultimamente o trabalho anda tão cansativo que perdi o horário e acabei acordando no susto e já passava das 9 horas da manhã.
Apressando a Michelle e colocando no carro tudo que iríamos precisar saímos meio que atropelados para escalar a Enferrujados no Marumbi.
Na passagem por Morretes chegou até dar uma brochada, céu cinzento e a leve garoa que caia no para-brisa me fez achar que não ia rolar escalada naquele dia.
Mas já que estávamos ali o negócio foi tocar pro Marumbi, no mínimo a gente dava uma caminhada.
Pra nossa boa surpresa quando chegamos na primeira janela do Abrolhos o céu estava azul com um mar de nuvens que era impressionante.
A primeira enfiada da Enferrujados não é difícil mas é cansativa, se não tiver a técnica pode ser mais cansativa ainda. O visual dessa primeira parte é uma das coisas mais legais da via, escalada em A0 no negativo, a estação do Marumbi parece estar em baixo dos teus pés mas a pelo menos 600 metros a baixo.
Quando a Michelle chegou na parada eu estava meio preocupado com o horário, já tinha passado das 4 da tarde, eu ainda não tinha feito a segunda enfiada depois que trocaram os grampos por chapeletas alterando a graduação da via que era um 5° grau passou para um 7b, fora que a saída pelo cume eu não lembrava de nada, pois a última vez que passei por ali deve ter uns 15 anos.
Mas o dia estava perfeito, e não sair pelo cume, pelo menos tentar seria um pecado.
A segunda enfiada foi muito dura pra mim, escalando o tempo todo no limite tava foda. Mas com jeitinho e analisando cada lance acabei chegando na segunda parada no Platô da Vitoria.
Quando a Michelle chegou na parada o sol já tinha ido embora e sobrou uma pequena luz pra tirarmos algumas fotos antes da escuridão tomar conta de tudo.
A saída para o cume não tenho muito segredo, do platô segue pela esquerda até chegar na base de uma mini chaminé que sai em uma pequena gruta de árvores, dali segue pela pedra a direita em um lance meio exposto mais bem tranquilo de passar até sair no mato novamente. Quando sair no mato em cima da pedra vai ter uma parada dupla que dá para dar uma segue para o companheiro. Desse ponto é meio que toca pra cima pelo mato que o cume já é logo acima.
A noite estava tão bonita que eu e a Michelle ficamos aproveitando o visual no cume com mar de nuvens e já passava das 8 horas da noite.
Infelizmente o dia tinha acabado e o retorno pra Curitiba era inevitável.
Esse é um daqueles dias que sempre vai dar saudades quando a gente lembrar.
Dia, lugar, escalada e companhia perfeita!!!!!!