Via Maria Nebulosa – Petrópolis – RJ

Via Maria Nebulosa – Petrópolis – RJ

28 de julho de 2018 2 Por Natan

Maria Nebulosa, a primeira via de escalada conquistada com mais de 1.000 metros de extensão, situada na face nordeste da Maria Cumprida, uma das belas e imponentes montanhas da cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro. Conquistada em 2002 pelos escaladores: Alex Ribeiro, Jorge Fernandes, Rafael Wojcik, e Pedro Miranda, foi um grande feito, com suas 22 enfiadas totalizando 1040 metros de escalada graduada em 3° V E4 D4.

Levei algum tempo para entrar nessa via devido à pouca informação de como chegar em sua base. Como não sou da região de Petrópolis e nunca escalei próximo à Maria Cumprida. Eu não tinha a mínima ideia de como chegar, os relatos que li várias vezes, não conseguiam contextualizar direito o lugar. Foi em uma troca de ideias e informações com o Alex Ribeiro que consegui todas as orientações necessárias. Vou começar explicando como fazer para chegar na base, não adianta eu te contar sobre a escalada se você não consegue chegar nela…

Como chegar:

Tudo inicia com essa coordenada -22.388602, -43.193932, esse é o ponto onde você vai deixar o seu carro para começar a caminhar, coloque no seu GPS ou no Google Maps do seu celular.

Chegando no ponto indicado de carro, estacione e siga a pé, passe a primeira porteira e logo em seguida vai ter uma casa a sua esquerda.

Logo após a primeira porteira tem essa casa a sua esquerda.

Logo após a primeira porteira tem essa casa a sua esquerda.

Primeira bifurcação, siga a esquerda.

Primeira bifurcação, siga a esquerda.

Segunda porteira.

Segunda porteira.

Segunda casa a sua esquerda.

Segunda casa a sua esquerda.

Esse é o ponto que vc sai da estrada e segue pelo vale. Ao fundo a Maria Cumprida.

Esse é o ponto que você sai da estrada e segue pelo vale. Ao fundo a Maria Cumprida.

Inicio do vale, não tem uma trilha definida, tem momentos que vc vai andar dentro do vale, em outros vai precisar desviar alguns obstáculos seguindo pelo mato.

Início do vale, não tem uma trilha definida, tem momentos que você vai andar dentro do vale, em outros vai precisar desviar alguns obstáculos seguindo pelo mato.

Depois de algum tempo o vale vai chegar nessa laje, seguir pela direita das pedras.

Depois de algum tempo o vale vai chegar nessa laje, seguir pela direita das pedras.

É só seguir por essa canaleta de mato na rocha que vai sair na base da via.

É só seguir por essa canaleta de mato na rocha que vai sair na base da via.

Michelle na subida da laje.

Michelle na subida da laje.

Quase no final da caminhada.

Quase no final da caminhada.

Base da via Maria Nebulosa. A caminhada do carro até a base da via levamos 1:30.

Base da via Maria Nebulosa. A caminhada do carro até a base da via levamos 1:30h.

Primeira enfiada da via.

Primeira enfiada da via.

Linha da via Maria Nebulosa.

Linha da via Maria Nebulosa.

Croqui da via Maria Nebulosa.

Croqui da via Maria Nebulosa.

 

A nossa estratégia para escalar a Maria Nebulosa nos baseando por todas informações que conseguimos: que nossa descida seria pela própria via. Descer do cume caminhando parece não ser tão rápido assim, devido a trilha ser técnica (não conheço a trilha. Relatos que li falavam isso), mas o fator determinante foi a logística, pois se descêssemos pela trilha o nosso carro ficaria bem longe do ponto onde deixamos. Prevendo que o rapel seria durante a noite, coloquei fitas refletivas em todas as paradas, dessa forma deixaria nossa descida mais segura e rápida, claro que pedi a devida autorização para um dos conquistadores para colocar as fitas refletivas.

Munido de um par de cordas gêmeas de 60 metros (pode ser de 50 também), 8 costuras e algumas peças do .5 ao 2, começamos nossa escalada mais tarde do que tínhamos programado, 9:30 da manhã eu estava puxando a primeira enfiada da via.

Subimos revezando a guiada até a P4 sem problema algum, fácil orientação com lances de pura aderência. A partir da P4 até a P14 escalamos em simultâneo, sempre de olho no croqui, não tivemos muitos problemas de orientação. Chegando na P14 entrei em algumas roubadas de mato, como nessa parada não tem grampo de equalização, levei um tempinho para ter a certeza onde ficava o início da 15° enfiada, só fui ter essa certeza quando vi a linha de grampos e identifiquei o tetinho que precisa vencer para chegar na P15.

Brinco em alguns textos de escalada do Rio de Janeiro, que desconfie da graduação de Carioca, o 4° grau deles não é bem assim muitas vezes, mas essa via condiz com a graduação da maioria dos lugares, você não vai ser surpreendido naquele 5° grau que não é bem um 5° assim rsrs

A escalada fluiu que foi uma maravilha, apenas tomei um susto na saída da P18, assim que eu tinha livrado o tetinho e já estava mais tranquilo, o meu pé vazou quando quebrou a agarra que eu estava apoiado, só vi a Michelle desviando da pedra que foi em sua direção.

Chegamos no cume as 15:10h , o tempo estava perfeito com uma temperatura bem agradável para passar o dia todo na parede. No cume uma boa pausa para comer, descansar e aproveitar aquela montanha linda.

As 17h iniciamos nossa descida, 22 rapéis não é a coisa mais agradável do mundo, mas não tinha outro jeito, pelo menos fomos agraciados com um nascer da lua que não tem como descrever. As fitas refletivas fizeram toda a diferença na descida, teve lugares que eu conseguia identificar as próximas 3 paradas abaixo de mim. Descida tranquila e sem nenhum problema, chegando novamente a base da via as 20h.

Foi bem cansativo, sair de Curitiba de carro, pegar 12 horas de estrada e no dia seguinte passar o dia todo na parede, além do retorno para Curitiba assim que amanhecesse … tem que estar animado rsrs, mas apesar da correria valeu muito a pena a escalada e a companhia da minha esposa em toda essa trip!

A primeira enfiada da via.

A primeira enfiada da via.

Visual de Petrópolis.

Visual de Petrópolis.

Michelle na ponta da corda.

Michelle na ponta da corda.

Eu com minha grande companheira de escalada Michelle.

Eu com minha grande companheira de escalada Michelle.

Visual da 15° enfiada com o tetinho lá em cima.

Visual da 15° enfiada com o tetinho lá em cima.

Uma pausa para o lanchinho.

Uma pausa para o lanchinho.

Chegamos ...

Chegamos …

Eu e a Michelle no final da via Maria Nebulosa.

Eu e a Michelle no final da via Maria Nebulosa.

Visual do cume.

Visual do cume.

Muito bom poder escalar com a esposa.

Muito bom poder escalar com a esposa.

Caminhada do final da via até o cume.

Caminhada do final da via até o cume.

Cume.

Cume.

Michelle ...

Michelle …

Aquele animo para começar a fazer os 22 rapeis

Aquele ânimo para começar a fazer os 22 rapeis

Inicio do rapel.

Inicio do rapel.

Michelle rapelando.

Michelle rapelando.

Nascer da lua em quanto rapelávamos.

Nascer da lua enquanto rapelávamos.