Via Bugio Solando – Pico da Canastra

Rio Grande do Sul, não fica tão longe assim de Curitiba, mas eu ainda não tinha escalado nada para aquelas bandas. Um lugar bem comentado e que se encaixava no estilo de escalada que eu procurava era o Pico da Canastra. Minha esposa Michelle também não conhecia as cidades de Gramado e Canela que fica muito próximo, então achei uma boa oportunidade para escalar e levar a mulher para fazer um passeio romântico.

De vez enquando é bom levar a esposa em um programa divertido e tranquilo e não só em perrengue na montanha.

Prometi que seria um final de semana de namorados, uma via somente e nada de entrar em vias comprometidas ou que sugasse todo nosso tempo pendurados na montanha.

O ponto de partida da trilha é em frente ao Refúgio do Canastra (coordenada -29.402046, -50.720694), em torno de 1 hora de Gramado. A trilha começa bem em frente a entrada do refúgio na estrada principal, desse ponto a trilha leva uns 15 minutos até encostar na grande torre de basalto.

Escolhemos uma das vias mais clássicas do lugar, Bugio Solando 5°VI E2 D1 120m, escalada com 4 enfiadas curtas até o cume.

Logo que começamos a escalada estranhei a Michelle passando perrengue já na primeira enfiada que deveria ser fácil, quando subi até a primeira parada onde ela me dava segurança constatei que realmente aquela não era a via que procurávamos, não sei em qual via estávamos, mas parecia bem divertida, pena que eu não tinha o croqui de todas as escaladas desse lugar para poder dar continuidade naquela linha.

Rapelamos e achamos a via Bugio Solando que fica um pouco à direita da parede assim que vc sai da trilha. Novamente a Michelle puxa a primeira enfiada e agora a escalada é fiel ao croqui que carregava.

A segunda enfiada é a mais divertida e também do crux, um lance um pouco aéreo e meio cabreiro até conseguir encontrar um grampo escondido antes do crux, depois uma boa esticada até um platô onde se encontra a P2. A terceira enfiada começa em uma pequena fenda, da para melhorar a proteção com algumas peças pequenas ( .4 e .75), depois fica bem tranquilo até a próxima parada. Para finalizar a escalada a última enfiada só precisa passar por alguns blocos de pedra tendendo a esquerda e rapidamente a escalada acaba no cume.

O tempo colaborou na Serra Gaúcha, proporcionando um visual muito bonito e bem diferente do que estou acostumado.

O rapel é feito até a P3 pela própria linha da via, na P3 precisa descer um pouco a trilha a direita até encontrar outro ponto de equalização. Com uma corda de 60 metros é possível fazer todos os rapeis até a base da via sem problemas.

Escalada rápida e divertida, era isso que eu e a Michelle estávamos procurando e o Pico da Canastra atendeu a todas as expectativas, dali foi só pegar o carro e retornar para Gramado para eu poder cumprir a promessa de fazer um passeio de namorados sem perrengues rsrs