Via Elektra e Via Peter Pan

Via Elektra e Via Peter Pan

7 de dezembro de 2018 1 Por Natan

Esse era o último final de semana que eu e a Michelle tínhamos para completar nosso projeto de escalar 10.000 metros de parede no período de 1 ano. A logística e estratégia tinham que ser a mais assertiva possível, se não o prazo de 12 meses venceria.

A proposta era de finalizar o projeto no Rio de Janeiro, mas pelo horário que conseguímos sair de Curitiba, uma boa opção para fazer algumas escaladas antes de chegar no Rio era passar pelo complexo do Baú e tentar fazer algumas vias na Ana Chata.

Depois de uma viagem cansativa chegamos em São Bento do Sapucaí já de madrugada, tínhamos o período da manhã e começo da tarde para escalar, depois, pegar a estrada novamente rumo ao Rio.

Levantamos relativamente cedo pro horário que fomos dormir. Seguimos para a base das vias da Ana Chata para fazer nossa primeira escalada do dia. A via Elektra 4° V E2 D1 – 200 metros – era a primeira que queríamos fazer, uma via com 6 enfiadas com proteções mistas.

O dia estava nublado e com cara de chuva, ficamos contentes pelo menos da rocha estar seca já que no dia anterior pegamos chuva durante uma boa parte da viagem.

A escalada foi bem tranquila, eu e a Michelle dividíamos as guiadas, somente na quinta enfiada que ela deixou para eu puxar a ponta da corda porque não estava confortável em usar as peças móveis. Na verdade essa é a melhor parte da via na minha opinião, vários laces legais e bonitos.

O final da via sai direto no cume da Ana Chata. Com aquele tempo de merda é claro que não encontramos ninguém na montanha. O tempo estava fechado, escutávamos os trovões ao fundo mas não conseguíamos identificar se estava longe ou perto. Fiquei em um grande impasse, poderia tentar escalar mais uma via pois já estávamos ali mesmo, mas também arriscava pegar uma chuva e molhar todo equipamento. Isso não seria muito bom para quem pretendia ter mais dois dias de escalada pela frente.

Descemos caminhando, chegando no cruzo que volta para o estacionamento ou segue para a base das vias novamente, paramos para analisar se valia o risco de fazer outra via, e depois de um debate rápido resolvemos tentar outra via antes da Chuva.

Uma via curta e que parecia ser rápida de fazer era a Peter Pan, 4° IVsup E1 D1 – 140 metros, uma escalada que é muito usada para iniciantes. A via é fácil e sem problema algum de orientação, as últimas duas enfiadas são as mesmas da via Lixeiros. Somente a primeira enfiada que achei uma pouca mau protegida para uma via de iniciantes, se algum novato der uma bobeada enquanto estiver guiando, pode se machucar.

Faltando apenas duas enfiadas curtas para acabar a via, a chuva nos pegou, não estava forte mais rapidamente a parede estaria molhada, mesmo assim tocamos pra cima. A última enfiada segue por uma crista bem bonita, o vento forte com a chuva e a nevoa deixavam a situação parecendo cena de filme, por sorte esse trecho era muito fácil.

Logo que chegamos no cume, colocamos tudo dentro da mochila e começamos a descer, queríamos sair dali o mais rápido possível antes que a chuva ficasse mais forte.

O tempo não foi dos melhores mas conseguimos escalar o queríamos, agora era só tocar pro Rio e finalizar nosso projeto …

Inicio da via Elektra.

Inicio da via Elektra.

Michelle na ponta da corda.

Michelle na ponta da corda.

P2 da via.

P2 da via.

Casal na parede.

Casal na parede.

Não lembro que enfiada era essa.

Não lembro que enfiada era essa.

Lance bonito e mais fácil do que parece.

Lance bonito e mais fácil do que parece.

Cume da Ana Chata e final da via Elektra.

Cume da Ana Chata e final da via Elektra.

Michelle na via Peter Pan

Michelle na via Peter Pan

P3 da via Peter Pan

P3 da via Peter Pan

Michelle na crista da Ana Chata.

Michelle na crista da Ana Chata.

Última enfiada da via chegando no cume.

Última enfiada da via chegando no cume.