Serra Fina
Sexta feira, véspera de carnaval, eu, Michelle e Vinicius estávamos prontos para pegar a estrada rumo ao sul de Minas. Saimos de Curitiba por volta das 22:30h, mal entrei no carro e eu já estava dormindo, acordava de vez em quando com alguma freiada mais brusca ou com o Vinicius xingando alguém. Fui pegar na boleia do carro depois da cidade de São Paulo. Da Via Dutra, entrei na cidade Cachoeira Paulista sentido Cruzeiro, na subida para Passa Quatro o dia estava quase amanhecendo e o sono estava pegando cada vez mais, chegou a um ponto que eu realmente não conseguia manter meus olhos abertos, então achei melhor encostar o carro e dormir um pouco.
Acordamos 9:00 h, se não estivesse tão quente acho que dormiríamos até mais tarde. Em Passa Quatro achamos uma padaria para tomar café e logo pegamos novamente a estrada sentido a Itanhandu. No trevo que leva a cidade de Passa Quatro pegamos sentido a sede do IBAMA, a partir dali são aproximadamente 12Km ate a fazenda de Paiolinho, após a bifurcação, que é a direita, leva ao IBAMA e a esquerda levava ao nosso destino. A estrada é de terra e bem ruim.
Na fazenda da para deixar o carro com o caseiro e fazer o registro de nossa passagem pela fazenda. Eu e o Vinicius encontramos nosso registro de 6 anos atrás, quando tivemos que abortar a travessia da Serra Fina de ataque decorrente do mal tempo.
Começamos a caminhar por volta das 12:30h, a trilha é bem aberta. Após uns 40 minutos de caminhada chegamos a uma cerca, do lado de lá o mato estava bem fechado, e a nossa direita tinha uma trilha que subia, pegamos essa trilha e seguimos um bom trecho, não chegamos a lugar nenhum. Encontramos outras trilhas, batemos a maioria, e depois de quase 2 h, retornamos à cerca e resolvemos andar do outro lado da porteira, onde a mata estava fechada. 15 minutos de caminhada e a mata fechada se torna uma boa trilha para caminhar rsrsrs, ficamos meio puto com a gente mesmo de não ter insistido no óbvio, mas cansado como estávamos, o cérebro não funciona direito rsrsrs.
Dali para cima a orientação foi muito tranqüila, o problema foi o cansaço, a mochila pesada e o sono que estava pegando bastante. Chegamos no acampamento na cota 2.000, lugar muito agradável e com água ao lado, a intenção não era acampar ali mas, já eram 17 h e precisávamos dormir.
A confraternização do acampamento é sempre muito divertida. Beber, comer, descansar e dar muita risada, essa é a melhor parte da pernoite.
No outro dia pela manhã, como sempre, começamos a caminhar tarde, era umas 11 h se não me engano. A subida foi mais rápida do que imaginamos, levamos 3 horas até o cume da Pedra da Mina, no caminho encontramos um grupo com 3 pessoas que estavam retornando, pois acharam a subida muito íngreme. No cume não tinha ninguém, achei que por causa do feriado, se o cume não estive lotado, pelo menos encontraríamos alguém, mas pudemos escolher com tranqüilidade onde montaríamos nossas barracas.
Como o tempo estava piorando, achamos melhor tentar fazer o cume do Tartarugão no mesmo dia, pois no dia seguinte o tempo não parecia que iria melhorar, valeu a pena a decisão, pois levamos 1:30h do cume da Pedra da Mina até o cume do Tartarugão. Tivemos que varar um pouco de mato mais foi tranqüilo, um bom trecho da subida do Tartarugão não tem trilha, precisa de visual para fazer o cume e retornar, não é aconselhável ir se não tiver visual.
Para o retorno levamos 1:45h, a subida da Pedra da Mina foi meio cansativa, chegamos na boca da noite em nossas barracas.
Como prevíamos, a segunda-feira amanheceu com o tempo fechado, tomamos café, ficamos batendo papo e esperando que o tempo melhora-se mas, infelizmente, isso não aconteceu. Desmontamos tudo e começamos nosso retorno até o carro, a descida levou 4 h. Lá embaixo, na fazenda, o tempo estava bom e muito quente.
Depois da troca de roupa e muito suco, precisávamos encontrar um lugar para comer, por causa do feriado muito lugar estava fechado, e por causa do horário, que era umas 5 h da tarde, muito restaurante ainda estava fechado, rodamos vários lugares na cidade de Itanhandu, retornamos para a cidade de Passa Quatro, na entrada da cidade no lado direito encontramos um restaurante chamado Seis e Meia, um lugar muito bom para comer.
De barriga cheia, tomei apenas um copo de cerveja antes da janta pois, eu era o primeiro a pegar na boleia, entramos no carro e nos preparamos para pegar 10 h de estrada até Curitiba. Como retornamos na segunda-feira do feriado de carnaval, não pegamos quase nada de trânsito, tornando a viagem bem tranqüila.