Uma escalada rápida no Rio
Desde o começo do ano, quando entrei no SINDINPAR (Sindicato do Comércio e Prestação de Serviços de Equipamentos Contra Incêndio no Estado do Paraná) tenho que participar de algumas reuniões, geralmente são na ABNT em São Paulo, mas esse mês a reunião foi com o INMETRO no Rio de Janeiro.
Ir até o Rio, passar do lado das paredes e não dar nenhuma escaladinha é sacanagem! Não podia pegar pesado pois estava levando um grande amigo que tenho fora do meio da montanha.
A reunião com o Inmetro durou um pouco depois do almoço, corremos para o hotel pegar os equipamentos e ir para o Pão de Açúcar. Como estávamos em Copacabana, o deslocamento foi rápido. Começamos a caminhar próximo das 3 horas da tarde, eu estava levando o Jair para fazer o Costão na face leste da montanha. Para quem não conhece o Costão, é uma escalaminhada, a maior parte da via sobe caminhando, passa por algumas aderências e tem um trecho curto de escalada técnica, mesmo não apresentando um nível técnico muito alto para fazer o Pão de Açúcar por essa via, o risco de morte não é completamente descartado, pois já se teve acidentes fatais nesse caminho.
Chegamos ao cume da montanha quase às seis horas. A grande diferença desse cume para os outros, é que vc chega lá em cima e pode pedir uma cerveja gelada ou comer alguma coisa sem precisar ter que levar dentro da mochila, e ainda desse de bondinho até o final.
Do Pão de Açúcar até a Urca, de bondinho, não precisa pagar nada para quem subiu escalando, mas da Urca para a Praia Vermelha precisa pagar ou descer pela trilha que é bem tranqüila, ou esperar ate às 7 horas da noite, depois desse horário a descida é liberada.
Acho que fazia alguns anos que eu não ia para a montanha com alguém que não era do meio. A muito tempo que não via alguém ficar tão encantado em subir uma parede ou fazer uma caminhada. Jair, um grande amigo, meu tutor e conselheiro do meu ramo profissional, ficou com cara de criança quando vai ao parque de diversões pela primeira vez. Naquele momento me deu uma pitada de inveja naquele sorriso, pois hoje fica cada vez mais difícil passar por isso novamente, cada vez mais temos que nos arriscar e ir cada vez mais longe a procura desse sentimento de satisfação e encanto, não que eu não me encante com tudo que vejo e passo na montanha, mas daquele medo constante, do frio na barriga em tudo que se vê e se faz e outras dezenas de sentimentos que temos quando estamos fazendo alguma coisa muito boa pela primeira vez.
Hoje demandamos de muito tempo, dinheiro e muitos sacrifícios para estar na montanha, e do que depender de mim continuarei nesse ritmo até não poder mais mexer um músculo sequer.
Jair, muito bacana o passeio, espero que vc tenha se divertido, um grande abraço.
Eu só tenho a agradecer pela oportunidade que proporcionou dessa “aventura” maravilhosa, que com sua técnica e principalmente muita pasciência passou tranquilidade fazendo um sedentário conseguir “chegar ao cume”.
Essa foi uma das excelentes lembranças da minha vida, até fazendo eu ter aquela sensação de orgulho próprio.
Valeu Grande Amigo.