Via Guardião da Floresta no Marumbi
Via Guardião da Floresta, conquista nova no Marumbi em homenagem ao montanhista Edson Struminki, mais conhecido com Dubois. Escalada que fica na face leste da Esfinge, entre a via Caroço e a via Ilusionista.
Pela boa recomendação que eu e o Juliano tivemos dos amigos escaladores que entraram na via, marcamos de tentar fazer essa escalada no final de semana. A escaladora Lorena que estava de bobeira no Marumbi acabou se juntando a nós para escalar.
Subimos pela trilha Noroeste até a Praça XV, um platô que fica no final das escadas de ferro um pouco acima da Torneirinha. Na praça pegamos a trilha a esquerda da principal em direção ao vale dos Perdidos, caminhada praticamente em curva de nível até o vale, chegando no vale é só subir um pouco até encontrar uma grande pedra chata, conhecida como Pedra do Amendoim, subindo a direita pela trilha contornando as paredes da Esfinge vc vai encontrar uma canaleta com uma corda, acima dessa corda começa a via Guardião da Floresta, caminhada que deve levar em torno de 1:20 saindo da estação do Marumbi até a base da via.
Comecei guiando a primeira enfiada, lances delicados de pura aderência, grampeação feita para não se preocupar com queda, tudo muito bem protegido até a P1. A Lorena já tinha entrado nessa via e pediu para guiar a segunda enfiada, queria tirar a má impressão que ela ficou da última vez. Nesse próximo trecho continua dura as aderências, de vez em quando era necessário subir em pequenos platôs, que na minha opinião não vão durar muito tempo.
Eu guiei, Lorena guiou, chegou a vez do Juliano que puxou na ponta da corda a terceira enfiada. Lances mais esportivos e verticais, mas tudo muito bem protegido, uma característica que quase não se vê no Marumbi. Na quarta enfiada a Lorena pediu a ponta da corda novamente, foi a enfiada que na última vez que entrou ela não conseguiu passar. No meio dessa enfiada era o crux, que novamente depois de muitas tentativas, infelizmente não conseguiu passar.
Pedi para tentar, e lá fui eu sofrer mais um pouco, segundo relatos era um crux de 7b, mas quando cheguei no lance constatei que aquilo ali não era 7b nem fudendo. Tentei de todas as formas e não tinha jeito, era uma queda atrás da outra, tentei até fazer uma “baianada” de pendular e conseguir alcançar uma fendinha meio que bico de pedra que tinha bem a esquerda, mas todas minhas tentativas não serviram pra nada. Minha última tentativa, chegar até o ponto que eu estava caindo e dali dar um dinâmico na chapeleta com a costura na mão, ideia meio idiota, pois o Juliano que estava na minha segue tinha que dar mais corda para a tentativa do vôo, que automaticamente deixava minha queda maior. Ideia idiota que deu certo, nem sei como, mas consegui passar o lance e escalar até a parada.
Juliano quando viu a quinta e última enfiada já se escalou para guiar, lances delicados de aderência é com ele mesmo que tocou até a última parada quase sem problemas, de vez em quando escutava ele xingar ou um “quase”, se referindo que poderia ter caído.
Já na P5, que também é a mesma parada da P3 da via Caroço, tiramos algumas fotos e iniciamos o processo de descida, o sol já estava se pondo e queríamos chegar ainda na base da via sem precisar usar as lanternas.
Dia de céu azul, calor, visual, boa parceria, boa via para escalar em um dos lugares que mais gosto nesse mundo, tem certas coisas que o dinheiro esta longe de conseguir comprar!!!!
Vida longa Nas Nuvens Montanhismo!!!!