Monte Crista para iniciar o ano.
Primeira atividade do Clube União Marumbinismo e Escalada (CUME) em 2022. Levando em consideração previsão do tempo, época e relevância, o Monte Crista era um bom lugar para iniciar as atividades do clube. Talvez essa seja a montanha mais frequentada da região de Joinville. Acesso fácil, trilha bem definida apesar de ser pouco sinalizada e com um visual muito legal … acaba atraindo muita gente.
Convidamos o pessoal da Associação Montanhistas de Cristo (AMC) para participar dessa caminhada. Gilmar e Pedro logo se prontificaram a participar.
A turma é sempre animada e disposta, mesmo com uma previsão do tempo não muito favorável, eram dez cabeças para pegar chuva. Meu maior ponto de atenção era a nova associada do CUME, Renata. Bem empolgada, mas era primeira caminhada conosco e não tinha muita experiência na montanha.
Logo que descemos do carro na fazenda que dá acesso a trilha, percebi que a Renata não estava com um calçado adequado … na verdade, nada adequado mesmo rsrs. Até questionei se ela não tinha levado alguma outra coisa para usar, mas me respondeu que aquela “bota” era bem confortável. Sem muito o que fazer com a situação, seguimos em frente com o programado.
Já no início da trilha precisa cruzar um rio. Enquanto alguns se aventuravam pulando pelas pedras, outros passaram pela água com suas botas e mochilas nas costas evitando se molhar muito.
A caminhada é puxada, não teríamos tempo para muitas paradas e muito menos que fossem demoradas.
Já nas primeiras horas o inevitável aconteceu. O calçado da Renata começou a perder a sola. Mas nada que um silver tape e a boa vontade do amigo Adelino não resolvessem o problema.
A caminhada do Monte Crista é longa e demorada, no final a inclinação fica bem mais acentuada e, como estávamos em um grupo grande, o ritmo era bem mais lento.
No cume conseguimos aproveitar um belo visual da Serra do Quiriri e uma parte do litoral. Ainda estava tudo aberto apesar da cara de chuva. Gastamos um certo tempo para comer, descansar e registrar o momento.
O céu começou a mudar. Escureceu e ventou um pouco, além de estar tarde para ainda estar no cume. Estava na hora de ir embora.
A medida que descíamos o grupo foi se dividindo dependendo da velocidade e condições físicas de cada um.
Não sei direito em qual ponto que era, mas parecia uma clareira em uma bifurcação que dava acesso a uma pequena cachoeira, ali, eu e a Luiza resolvemos aguardar o pequeno grupo que vinha logo atrás. O Bolívia e a Angela acompanhavam a Renata que estava visivelmente cansada e com a “bota” já em frangalhos.
Descemos todos juntos, devagar e com cuidado na escuridão. Faziamos várias paradas rápidas, apenas para a Renata tomar um fôlego para continuar a caminhada. Cada parada tinha que ser breve para não ser comido vivo pelos mosquitos que não paravam de infernizar.
Já era próximo da meia noite e meia quando atravessamos o último rio. Não dava para passar por cima das pedras como fizemos na subida, devido o rio ter subido um pouco. Me obriguei a entrar com água pela cintura auxiliando a Renata e a Luiza na travessia, tudo tranquilo … mas o cansaço começou a pegar a essa altura do campeonato devido a tantas horas em atividade.
Por volta da 1 hora da manhã chegamos no estacionamento. Estavam todos ali aguardando o último grupo chegar em segurança e, todos contentes pelo longo dia de caminhada.
Renata foi muito guerreira e não desistiu, mesmo com uma bota nada apropriada para montanha, se manteve firme. Luiza esteve comigo durante toda a descida, como sempre grande parceira, divertida, prestativa e sempre aprendendo.
O horário saiu bastante do esperado, mas o importante sempre é todos voltarem em segurança aproveitando mais um belo dia na montanha.