Via El Kabong – Salinas – RJ
Saímos de Curitiba em oito cabeças em direção a Salinas no Rio de Janeiro, mais de 12 horas na estrada para chegar no camping do Mascarim é um sacrifício que precisa pagar para estar em um dos lugares mais legais que tem para escalar … pelo menos na minha opinião.
Cada dupla escolheu uma via para escalar, Adriano Cruel que dividiria a cordada comigo. Tanto eu quanto meu parceiro não tínhamos feito a via El Kabong – 5° VI E2 D3 450m no Capacete, uma linha clássica que valia muito a pena conhecer.
A caminhada até a base foi tranquila, em torno de 1 hora sem muita dificuldade.
Escalada toda sem problemas, croqui não deixa dúvidas em qual caminho seguir e a linha também é bem óbvia. Escalada bonita e divertida, sem perrengues ou situações de cagaço forte que precise passar.
Primeiras enfiadas de muita aderência e a medida que ganhamos altura e a parede ficava mais vertical, as agarras também melhoraram. Fui revezando as enfiadas com o Cruel até chegar na P10 depois de eu ter guiado uma enfiada bem tranquila. Enquanto dava segurança para meu parceiro, estava comparando o croqui com a parede e analisando como seria a próxima enfiada. Quando o Cruel chegou, já perguntei diretamente pra ele, “Cruel, a próxima enfiada é tua, posso guiar no teu lugar?”. Segundo o Cruel, eu fiz uma cara de “cachorro que caiu da mudança” e acabou passando a vez para eu guiar.
Essa próxima enfiada não tinha nenhuma proteção fixa, apenas duas fendas em sequência. Realmente a enfiada foi linda, as proteções móveis que coloquei ficaram muito sólidas com lances que valeram toda a via.
Próximo às 3 da tarde chegamos no cume para se encontrar com o Juliano e o Xandão que tinham escalado a CERJ.
Com uma certa pressa de chegar no acampamento, lembrando a quantidade de cerveja que nos esperava, rapelamos revezando as cordas e finalizando nosso dia escalada em pouco tempo.
Salinas é um paraíso para quem gosta de escalada tradicional, pena que fica muito longe de Curitiba.