Escalada no Setor Itapiroca

Escalada no Setor Itapiroca

3 de dezembro de 2017 0 Por Natan

Mais de um ano se passou depois que abrimos o setor de escalada no Itapiroca. Nesse tempo fiquei sabendo de várias pessoas que se aventuraram por lá… As opiniões sobre o setor foram bem variadas, uns achavam tranquilo, outros já nem tanto.

O que percebi no entanto, foi que poucos chegaram no setor e escalaram as 4 vias, a maioria dos escaladores fazem 2 escaladas, 3 no máximo. Os mais habituados com parede escalam mais de 100 metros de vias, somatória das quatro linhas hoje existente. O cansaço físico da caminhada, que leva em média 3 horas com equipamentos nas costas deve ser o principal motivo para esse perfil.

Eu e a Michelle programamos de escalar no Itapiroca, convidamos vários amigos para essa trip, muitos não puderam estar juntos. O casal Gustavo e Maruza, e nossa velha amiga Carol estavam de mochilas prontas no domingo de manhã para caminhar e escalar conosco.

A subida rumo ao Itapiroca não é difícil tecnicamente, a trilha está mais aberta do que deveria. Devido as últimas chuvas, o caminho estava bem encharcado durante quase todo o percurso.

Maruza que estava estreando na região sofria um pouco com a caminhada, mas bem entusiasmada com a situação.

Levamos em torno de 3 horas para chegar na base das vias, tempo já esperado. O que eu não contava era que todas as vias estariam molhadas, umas mais, outras menos. As 2 únicas vias que talvez desse para fazer seria a “10 anos” e a “Sonífera”.

Carol pediu a ponta da corda para guiar a 10 anos, sofreu um pouco com a parede meio suja mas tocou até onde a parede estava seca, com um último lance meio molhado até alcançar a chapeleta e baixar. Michelle seguiu o mesmo caminho, guiando até onde a sapatilha dava aderência certa. Ao meu lado a Maruza incentivava o Gustavo que escalava na Sonífera, via que tem 2 lances bem divertidos para quem gosta de equilíbrio e agarras pequenas.

Guiei a via 10 anos até a última chapeleta antes da parada, dali para frente a parede estava completamente encharcada. Pedi para Michelle, que estava na minha segue, segurar um pouco a corda enquanto analisava esse último trecho da escalada. Lembro dela gritando lá de baixo, “não vai se machucar Natan, daqui alguns dias pegamos férias”.

Essa é uma das coisas que gosto muito no montanhismo e na escalada, o “direito ao risco”. Um dos principais motivos que a muitos anos faço parte da politica do montanhismo é isso, proteger e assegurar que nós, montanhistas, tenhamos o direito de nos arriscar, cada um no seu tempo e na sua experiência, mas que possamos escolher para onde ir, quando ir, como ir, e principalmente quando parar. Eu quero ter o livre arbítrio de saber quando devo parar e voltar e não um guia, um gerente de parque ou qualquer pessoa que seja, essa decisão cabe somente a mim!

O “mim” para alguns pode parecer meio Narcisista, mas o “mim” aqui quer dizer uma decisão minha, ou com o meu companheiro, somente com as pessoas que estão envolvidas naquele momento.

Enquanto analisava se continuaria a escalada ou não, avaliei os riscos ali envolvido caso tivesse uma queda. Depois de calcular cada movimento até chegar no final da via gritei para Michelle “escalando”, e segui cada lance que tinha visualizado antecipadamente.

Foi um alivio quando cheguei na parada e bati minha auto-segurança, ao mesmo tempo feliz por ter finalizado aquela escalada como tinha planejado. De vez em quando o planejado não sai do jeito que queríamos, mas dessa vez deu tudo certo.

Depois de todos escalarem e se divertirem nessa tarde de domingo, arrumamos tudo para irmos embora. Quando retornamos a trilha principal do Itapiroca, o Gustavo e a Maruza decidiram seguir para o cume, eu, Michelle e Carol continuamos nossa descida até o carro.

Mesmo com a previsão do tempo nada favorável conseguimos aproveitar bastante o dia, caminhada, escalada e boa companhia sempre é muito bom!!!!

Do Morro do Getulio já dava pra ver que a parede estava bem molhada.

Do Morro do Getulio já dava pra ver que a parede estava bem molhada.

Michelle no inicio da via 10 anos.

Michelle no inicio da via 10 anos.

Michelle guiando a via 10 anos.

Michelle guiando a via 10 anos.

Carol guiando o inicio da via 10 anos.

Carol guiando o inicio da via 10 anos.

Carol na parede.

Carol na parede.

Gustavo guiando a Sonifera.

Gustavo guiando a Sonifera.

Minha vez de entrar na via 10 anos.

Minha vez de entrar na via 10 anos.

Visual da parada da via 10 anos.

Visual da parada da via 10 anos.

Eu e minha Lindinha.

Eu e minha Lindinha.

Gustavo analisando o crux da via Sonifera.

Gustavo analisando o crux da via Sonifera.

Natan, Michelle e Carol

Natan, Michelle e Carol

Caratuva.

Caratuva.

Dessa vez tínhamos o Gustavo que tira umas fotos bacanas e diferentes.

Dessa vez tínhamos o Gustavo que tira umas fotos bacanas e diferentes.

Eu. Foto: Gustavo.

Eu. Foto: Gustavo.

Michelle. Foto: Gustavo.

Michelle. Foto: Gustavo.

Gustavo na via Sonifera e eu na via 10 anos. Foto: Maruza.

Gustavo na via Sonifera e eu na via 10 anos. Foto: Maruza.

Maruza na via Sonifera.

Maruza na via Sonifera.

Eu e o Gustavo na via Sonifera.

Eu e o Gustavo na via Sonifera.

Trilha que da acesso ao setor de escalada.

Trilha que da acesso ao setor de escalada.

Placa informativa no caminho do setor de escalada.

Placa informativa no caminho do setor de escalada.

Galera animada, eu, Michelle, Gustavo, Carol e Maruza.

Galera animada, eu, Michelle, Gustavo, Carol e Maruza.