Via Guardião da Floresta – Marumbi
Piazada acordou cedo para entrar na parede, a meses que eu não escalava no Marumbi ou qualquer parede mais longa. As 8 da manhã a primeira dupla, Juliano e Cruel já estavam escalando, eu e o Rafael esperávamos a nossa vez para entrar na via.
Todo mundo precisando pegar ritmo novamente, já era sabido que a escalada não seria fácil, 350 metros de via divididas em 12 enfiadas com variação de 6° grau até 7b.
Da primeira vez que entrei na Guardião da Floresta, para essa repetição, a via deu uma boa mudada. Na segunda enfiada que tinha pequenos platôs de mato, hoje já não tinha mais nada, uma oposição difícil e escorregadia era a única coisa que tinha. A parede ainda estava muito suja e craquelenta.
As duas duplas estavam completamente independentes. Só esperávamos o participante da frente ganhar um pouco de altura para tocar logo atrás. Dessa forma sempre estávamos compartilhando as chapas duplas da parada.
Uma enfiada mais dura que a outra, não aliviava muito não. Até a P5, quando cruza com a via Caroço eu conhecia. Parece que desse ponto em diante a via fica mais esportiva ainda, lances que ficam jogando o corpo para trás como se estivesse em um negativo acabou exigindo bastante dos braços.
O sol tão esperado não dava muita trégua, o que dava um alivio era o vento constante na parede.
Quando chegamos na P7, por volta das 14 horas, faltava mais 5 enfiadas e todo mundo estava cansado. Não foi difícil chegar a um consenso. Era hora de descer. A cerveja gelada e o churrasco que nos esperava contou bastante na decisão.
Já sabíamos que o retorno para as paredes não seria fácil, essa escalada na verdade era para uma aclimatação. O que mais valeu foi a parceria dessa piazada, mesmo todo mundo suando muito e apanhando na escalada, ninguém perdeu o bom humor e se divertimos muito na parede.