Face Leste, Salinas

Face Leste, Salinas

8 de setembro de 2012 3 Por Natan

Seguindo a programação de caminhadas e escaladas que eu gostaria de fazer em 2012, finalmente chegou o dia de conhecer Salinas.

Eu já estava em São Paulo desde terça-feira à trabalho. Combinei com o Otaviano para ele me pegar na Marginal Pinheiros e seguirmos para Nova Friburgo no Rio de Janeiro.

Viajando a noite sentido Rio, não teve como escapar da parada para um cochilo, um descanso de 4 horas para não dormir ao volante.

Logo que amanheceu pegamos a estrada, o trânsito estava um inferno devido ao feriado, conseguimos chegar ao centro de Nova Friburgo somente a 1 hora da tarde, almoçamos e compramos alguns lanches para escalada do dia seguinte.

Com a 4×4 do Otaviano conseguimos chegar até o último refugio bem próximo ao Pico Maior, um lugar muito agradável. O refugio disponibiliza algumas acomodações para reservas antecipadas, como não tínhamos reservado nada e queríamos dormir cedo acabamos ficando no camping.

Já era final de tarde, e o que nos restava era estudar a linha da via de longe, arrumar os equipamentos e dar uma caminhada de reconhecimento para não ficar se batendo de madrugada quando saíssemos.

Eu estava tão cansado que 6:30 da tarde eu já estava dormindo. Acordar as 4 horas da manhã foi fácil depois de uma boa noite de sono.

As 6:30 da manhã estávamos na base da via, a caminhada foi tranqüila com 1:30 do camping até a parede.

A via escolhida para subirmos o Pico Maior foi a clássica “Face Leste” (D4 5° V (A0/VI+) E3), um paredão de 700 metros que você só tem noção de sua grandiosidade quando está na base da parede.

A estimativa era fazer em 8 horas até o cume, para não perder tempo, revezava-mos a guiada.

Até a primeira chaminé não tivemos nenhuma cordada exigente, apenas cordadas expostas, pouca proteção fixa e a grande dificuldade que muitos reclamam: a orientação da via. Só eu me perdi umas 3 vezes em quanto guiava.

Das 15 cordadas, a enfiada mais exigente foi  a seguinte após a primeira chaminé, a segunda chaminé achei bem cansativa, exposta e quase sem proteção, um pouco mais chatinha do que a primeira.

A cordada em A0 foi mais tranqüila que eu esperava, um pouco cabreira por causa das proteções bem antigas.

As 2:20 da tarde conseguimos chegar ao cume do Pico Maior, o tempo estava perfeito para um dia de escalada.

O chato são os 12 rapeis que precisa fazer, a linha que escolhemos para descida foi pela via Sylvio Mendes que acaba entre o colo do Pico Maior e o Capacete, quase 3 horas de rapel e mais 1:30 de caminhada até o refugio.

Do cume até o refugio tivemos a companhia de uma dupla de escaladores muito bacanas, o Jerônimo e o Sr. Janpierre.

No camping do refúgio arrumamos as coisas o mais rápido possível e seguimos até a cidade de Teresópolis para descansarmos, pois no dia seguinte, teríamos mais de 900 km até Curitiba.

Pico Maior no meio e Capacete do lado direito

Estudando a via do Pico Maior

Camping

Vista da segunda parada da Leste

Já não lembro em qual cordada foi tirada essa foto

 

 

Cume do Pico Maior

 

Eu o o Otaviano no cume do Pico Maior

Janpierre, uma pessoa que tive o prazer de conhecer em um dia de comemoração para ele. Não é todo o dia que você encontra um montanhista comemorando 50 anos de escaladas em uma parede desse porte. Janpierre, parabéns por todos esses anos de montanhismo, que você continue com toda essa energia e alegria, podendo escalar por muitos anos mais.

Primeiro rapel