Na companhia do irmão mais velho, Matteo faz sua primeira montanha!
Neste domingo, tudo conspirou para que eu levasse meus netos para uma caminhada na montanha. A única coisa que teria sido melhor é se tivesse tido mais alguém comigo durante a subida, mas acabei indo sozinho com os dois desta vez.
O Miguel é sempre tranquilo, comportado e sempre aproveitando tudo, dificilmente cria problemas. Já o Matteo é mais agitado, não gosta de ficar parado e esta seria sua primeira montanha, então eu não sabia como ele se comportaria durante a subida e descida.
No carro, até que foi tranquilo, os dois sentados juntos com o cinto de segurança, mas Matteo ficou um pouco impaciente até chegarmos no Anhangava.
Matteo, sendo o mais novo e mais pesado, acabou indo na mochila enquanto Miguel foi no meu colo. Logo no início da subida, vi que não seria fácil carregar os dois. Miguel, apesar de magrinho, está ficando pesado para carregar no colo, mas eu não tinha muita escolha. Durante a caminhada, meu maior desafio foi cuidar do Matteo, que, impaciente como é, poderia aprontar sem a minha supervisão. Em certo momento, vi Miguel olhando para o irmão com reprovação, algo que já é meio rotineiro. Quando finalmente consegui olhar para trás, entendi o motivo: Matteo estava comendo a folha que dei para ele carregar, enquanto Miguel já sabe que não pode colocar nada na boca e logo julgou o irmão por não seguir as instruções do Vô.
Duas vezes tive que parar para pegar o chapéu de Matteo, que não queria ficar na cabeça e acabava jogando-o para fora.
Nossa primeira parada foi na caverninha da Pedra do Almoço, um lugar fresco e com sombra, tranquilo para deixar os dois no chão enquanto eu descansava um pouco. Apesar da higiene precária, comeram as besteiras que levei para eles, exploraram a caverna, pegando coisas do chão, se apoiando nas paredes, se divertindo enquanto um gritava para o outro e percebiam que os gritos faziam eco.
Depois do descanso, preparei tudo direitinho para a parte mais difícil da subida. Ajustei bem as fitas de segurança da mochila para que Matteo ficasse bem preso. Os degraus do Anhangava não são lugar para uma criança solta na mochila.
A passagem pelos degraus foi tranquila e rápida. Miguel observava atentamente tudo o que eu fazia e tentando ajudar de alguma forma segurando nos degraus, mas pedi para segurar na minha camiseta para não desequilibrar durante a parte íngreme da trilha.
Depois dos degraus, as rampas foram um pouco mais difíceis para mim, carregar os dois em uma posição confortável para eles foi um desafio. Subi o mais rápido possível até o cume, não queria enrolar na subida.
Quase no cume, um parapente passou bem perto de nós, deixando os dois maravilhados. Estavam tão próximos que Miguel acenou com a mão para o piloto, que retribuiu o gesto.
É engraçado como os dois já têm noção de altura e perigo. Assim que os coloquei no chão, rapidamente se apoiaram e vieram se pendurar nas minhas pernas. Sentados no chão, fiquei tranquilo em mostrar que estavam seguros. Miguel logo apontou para a sacola com guloseimas, animado para ver o que o vovô tiraria da bolsa térmica.
Com a barriga cheia e bem hidratados, era hora de descer. Percebi que estavam cansados e poderia começar uma reclamação em breve. Desci conversando e mantendo-os ocupados, e eles acharam muito engraçados os pulos que dei com eles em um passo mais acelerado.
Nos degraus, Matteo levou um “puxão de orelha” por estar suspenso para o lado da mochila, tentando segurar em algum degrau.
Depois da Pedra do Almoço, parei de ouvir Matteo e peguei o celular para filmá-lo, já que não conseguiu virar tanto assim para olhar para trás. O Polaco Batateiro do Vô estava embalado, dormindo e até roncando. Não demorou 10 minutos a mais para que Miguel também acabasse dormindo no meu colo.
O restante da descida não foi fácil. Tentei não me sacudir muito para não acordar nenhum dos dois, Matteo estava bem encaixado na mochila, mas Miguel não estava tão confortável no meu colo, embora não tenha acordado por nada.
No carro, quando coloquei eles no banco, os dois acordaram e começaram a chorar pela primeira vez. Conhecendo meus netos, um bolinho de chocolate os acalmou e vieram tranquilos durante todo o trajeto para casa.
Parece que Matteo gostou do passeio, não chorou e balbuciou várias coisas que não entendia, mas seu rostinho sorridente mostrou que aproveitou sua primeira montanha. Miguel, mais sério, não chora nem sorri facilmente, sempre observando tudo e olhando com reprovação quando o irmão apronta.
Foi um pouco cansativo subir sozinho com os dois, mas me diverti muito com meus netos e inserir eles desde muito novos na montanha é um grande prazer pra mim!