Aconcágua 2016 – Aclimatação Cordón del Plata

Aconcágua 2016 – Aclimatação Cordón del Plata

18 de dezembro de 2016 0 Por Natan

Nossa estratégia para subir o Aconcágua não tem nada de novo ou diferente, era subir algumas montanhas na região do Plata para aclimatar, retornar para Mendoza para descansar e agilizar os últimos detalhes antes de entrar no parque.

Cordón del Plata

1° dia

Chegamos no Refúgio San Bernardo logo após o almoço, tempo completamente fechado e o frio pegando forte pra quem veio de Mendoza com um calor de 37°C.

O restante da tarde foi apenas para arrumar as cargueiras e separar tudo que precisaríamos lá para cima.

No final da tarde o tempo limpou bem, então resolvemos caminhar um pouco.

Administração do Parque Cordón del Plata. Precisa fazer o cadastro antes de subir para os refúgios.

Administração do Parque Cordón del Plata. Precisa fazer o cadastro antes de subir para os refúgios.

Caminhada leve um pouco acima dos refúgios.

Caminhada leve um pouco acima dos refúgios.

Refugio São Bernardo do lado esquerdo.

Refugio São Bernardo do lado esquerdo.

Caminhada bem tranquila.

Eu, Michelle e as montanhas.

2° dia

A intenção era caminhar até o acampamento de Veguitas a 3.200 metros e montar nossa base por ali, para isso não precisamos acordar muito cedo para caminhar, por volta das 10 horas da manhã colocamos as cargueiras nas costas para subir.

Estávamos levando mantimentos para 7 dias, não preciso nem dizer que a cargueira parecia um “chumbo” de tão pesada que estava.

Subimos bem tranquilos, sem pressa, aproveitando o visual.

Chegando em Veguitas, escolhemos um local próximo a uma grande pedra para ficar um pouco mais protegido do vento caso o tempo piorasse.

Pensamos em caminhar um pouco nesse dia, mas o acampamento de Veguitas é tão aconchegante que rolou uma baita preguiça e acabamos ficando por ali sem fazer nada, apenas observando aquele lugar fantástico, no máximo fui tirar umas fotos com algumas vacas que pastavam no acampamento.

Dia perfeito para caminhar.

Dia perfeito para caminhar.

Saindo do refugio carregado para nossa aclimatação.

Saindo do refugio carregado para nossa aclimatação.

Michelle bem carregada para passarmos os próximo dias na montanha.

Michelle bem carregada para passarmos os próximo dias na montanha.

Travessia do rio antes de chegar no acampamento de Veguitas.

Travessia do rio antes de chegar no acampamento de Veguitas.

Mesma travessia só que de outro ângulo.

Mesma travessia só que de outro ângulo.

Acampamento de Veguitas, 3200 m.

Acampamento de Veguitas, 3200 m.

Rio que cruza o acampamento.

Rio que cruza o acampamento.

Estrada que da acesso aos refúgios visto do acampamento de Veguitas.

Estrada que da acesso aos refúgios visto do acampamento de Veguitas.

Eu e a Michelle de bobeira o dia todo.

Eu e a Michelle de bobeira o dia todo.

Não tendo muito o que fazer fui tentar fazer um carinho na vaca.

Não tendo muito o que fazer fui tentar fazer um carinho na vaca.

3° dia

A aclimatação nos esperava e precisávamos subir. Seguimos a trilha que leva para Piedra Grande, queríamos fazer duas montanhas nesse dia, Adolfo Calle 4200m e Stepanek 4150m.

Quase chegando no acampamento de Piedra Grande, vimos a nossa direita do outro lado do vale a trilha que dava acesso às montanhas que queríamos fazer.

Em quanto atravessávamos aquele vale largo de pedra pequenas avistamos 3 pessoas que também estavam indo na direção da trilha de acesso ao Adolfo Calle. Chegando na base da trilha, para nossa surpresa, as 3 figuras que avistamos eram conhecidos nossos de Curitiba, Mery, Murillo e Daniel.

Subimos juntos aquela piramba, todos ali para aclimatar antes de tentar seus respectivos objetivos.

A subida do Adolfo Calle não tem muito segredo, é uma subida bem íngreme no início até chegar no colo entre o Adolfo Calle e o Stepanek, logo que vc chega nesse colo é só seguir um pouco pelo vale entre essas duas montanhas que logo vai aparecer uma trilha a esquerda que leva direto ao cume do Adolfo Calle, levamos 3 horas e 30 minutos do acampamento de Veguitas até o cume.

Do cume nos despedimos dos 3 amigos que dali voltariam para o acampamento, eu e a Michelle tocamos para o Stepanek. A descida foi rápida e a subida do outro lado do vale também. A trilha subindo leva até a crista da montanha, desse ponto é só seguir um pouco pela direita em uns trepa pedra que rapidamente chega ao cume.

Aproveitamos um pouco o cume com aquele visual tesão, algumas fotos e logo nossas mentes voltavam ao nosso objetivo maior, não tínhamos como não pensar que dali alguns dias estaríamos no Aconcágua, o teto das Américas, isso acabava nos deixando um pouco apreensivos, mais estávamos fazendo a nossa parte que era ter uma boa aclimatação.

A descida foi acelerada, já estávamos com fome e querendo descansar um pouco. Muitas vezes na descida daquele cascalho eu olhava para trás e via a Michelle descendo, atrás dela se erguia uma nevoa de poeira quando ela passava, parecendo um carro em estrada de terra.

Chegando no final da trilha, em vez de atravessarmos o largo vale de pedras, descemos a esquerda rumo a Veguitas Superior, e dali direto para nosso acampamento em Veguitas totalizando 2 horas e 30 minutos de descida.

Vale de pedras que dá acesso ao acampamento de Piedra Grande.

Vale de pedras que dá acesso ao acampamento de Piedra Grande.

Do outro lado do vale de pedras as montanhas Adolfo Calle e Etepanek, no meio a trilha que dá acesso aos dois cumes.

Do outro lado do vale de pedras as montanhas Adolfo Calle e Etepanek, no meio a trilha que dá acesso aos dois cumes.

Subida do Adolfo Calle com a galera de Curitiba.

Subida do Adolfo Calle com a galera de Curitiba.

No colo entre as duas montanhas a galera de Curitiba, Michelle, Mery, Murillo e Daniel.

No colo entre as duas montanhas a galera de Curitiba, Michelle, Mery, Murillo e Daniel.

Cume do Adolfo Calle.

Cume do Adolfo Calle.

Eu e a Michelle no cume.

Galera de Curitiba, Michelle, Daniel, Murillo, Natan e Mery.

Galera de Curitiba, Michelle, Daniel, Murillo, Natan e Mery.

Do cume do Stepanek consegue ver toda a subida do Adolfo Calle.

Do cume do Stepanek consegue ver toda a subida do Adolfo Calle.

Eu e a Michelle no cume do Etepanek.

Eu e a Michelle no cume do Stepanek.

Natan e Michelle.

Descida do cume do Stepanek.

Descida do cume do Stepanek.

Na descida de Vequitas Superior para o acampamento de Veguitas encontramos onde começa o rio que cruza o acampamento.

Na descida de Vequitas Superior para o acampamento de Veguitas encontramos onde começa o rio que cruza o acampamento.

Preparando nossa janta.

Preparando nossa janta.

4° dia

Acordamos um pouco cansados e com o corpo dolorido da caminhada do dia anterior, tomamos café e ficamos debatendo qual seria a atividade do dia. A ideia original era naquele dia caminhar até o acampamento de Salto 4300 m e dormir por lá. Duas coisas fizeram a gente mudar nossos planos, uma foi que eu queria fazer o Cerro Franke, e a outra era a puta preguiça para desarmar acampamento e arrumar toda aquelas coisas dentro da cargueira.

Mesmo quase no final da manhã optamos em subir o Cerro Frank que tinha o início da trilha saindo de Veguitas. Arrumamos tudo correndo e começamos a caminhar as 11 horas da manhã.

O Cerro Franke tem 5.000 metros, saindo de Veguitas teríamos 1800 metros de desnível para alcançar o cume. Tínhamos que ser rápidos, pois todos os dias no final da tarde o tempo estava fechando, a neblina era tão forte que não dava para enxergar 5 metros à frente.

Como ainda estávamos aclimatando a subida foi bem tranquila, sem correria para nenhum de nós dois não passar mal. O início da trilha é um pouco confusa, muitos caminhos paralelos, seguíamos em direção a crista para não ter erro. Subida interminável, o altímetro parecia que não se mexia, tanto eu quanto a Michelle não estávamos passando mal, mais a caminhada parecia que não rendia, as pernas pesadas e lentas, não sabíamos se era por causa da caminhada do dia anterior ou o caminho era longe mesmo.

Depois de 6 horas e meia de subida chegamos no cume do Cerro Franke, não me arrependi nem um pouco de escolher aquela montanha para subir, o visual que se tem do Cerro Plata é único, mesmo chegando tarde no cume resolvemos ficar por ali um bom tempo, aproveitar aquela paisagem que não se vê em qualquer lugar.

Só começamos a nos mexer para descer quando vimos o tempo fechando, ainda tínhamos que caminhar até o acampamento, depois que anoitece a temperatura cai muito rápido naquela região e principalmente naquela altitude.

Quando estávamos a uns 4.300 metros de altitude o mal tempo nos alcançou, alguns metros abaixo, com todo aquele nevoeiro e quase anoitecendo… ficou bem complicado a orientação na trilha que não é tão definida assim. Eu sabia que tinha um vale a nossa direita que levaria direto ao acampamento de Veguitas, o problema é que eu não sabia quais eram as condições de caminhada devido aos cascalhos, mas naquela situação, era o mais seguro na questão de orientação.

A descida não foi nada fácil, o cascalho era horrível, tudo desmoronando quando pisava, mais aos poucos conseguimos baixar até encontrar uma trilha que parecia levar até o acampamento.

Descemos em 3 horas e meia, cansados e com os pés bem doloridos devido ao terreno que não colaborou muito, mais estávamos em segurança.

Já na barraca fazendo a janta debatíamos qual seria nossa estratégia para os próximos dias, a intenção inicial era ficar ali por mais 4 dias e tentar subir o Cerro Vallecitos. Essa ideia era boa pensando na potencializada que daríamos na nossa aclimatação, mais de outro lado teríamos que fazer tudo na correria e não teríamos dias suficiente para descansar.

Já que subimos até 5.000 e não sentimos nenhum mal da altitude e estávamos bem, tirando um pouco as dores musculares, resolvemos voltar embora no dia seguinte para ganhar 3 dias a mais no Aconcágua como backup.

Subida do Franke, lá em baixo acampamento de Veguitas.

Subida do Franke, lá em baixo acampamento de Veguitas.

Adolfo Calle e Stepanek visto da trilha do Cerro Franke.

Adolfo Calle e Stepanek visto da trilha do Cerro Franke.

Cruz no cume do Cerro Franke 5.000 m.

Cruz no cume do Cerro Franke 5.000 m.

Eu no cume

Eu no cume

Cerro Plata visto do cume do Cerro Franke.

Cerro Plata visto do cume do Cerro Franke.

Eu, Michelle e Cerro Plata ao fundo.

Descendo do cume.

Descendo do cume.

Michelle chegando nas nuvens, dali pra frente a coisa ficou um pouco complicada na orientação.

Michelle chegando nas nuvens, dali pra frente a coisa ficou um pouco complicada na orientação.

5° dia

Não tínhamos muito o que fazer além de arrumar toda a tralha e descer para o Refúgio San Bernardo onde estava nosso carro. A descida foi muito rápida, em 1 horas estávamos no nosso destino final tomando uma cerveja gelada.

Essa é uma das melhores coisas quando vc vai de carro para uma expedição dessas, estar autossuficiente para fazer o que quiser e na hora que quiser, sem depender de transporte de terceiros ou de qualquer outra coisa. Se puder ir de carro, vá, vale muito apena.

Cordón del Plata é um lugar alucinante, tem montanhas para os iniciantes e também para quem tem mais experiência, os acampamentos são ótimos e as montanhas, uma mais tesão que a outra. É a segunda vez que visito a região e com certeza voltarei pra tentar fazer outras montanhas.

Michelle minha esposa e parceira de montanha, como sempre foi uma excelente companhia, forte, determinada e sempre empolgada em subir montanhas, fez com que nossa estadia fosse inesquecível. Valeu por estar comigo e fazer parte de tudo isso minha Lindinha!!!!!

Natan e Michelle, uma estadia perfeita em Cordón del Plata!!!!

 

Como chegar em Cordon Del Plata partindo de Mendoza