Um dia de avô e neto na montanha!

Um dia de avô e neto na montanha!

11 de novembro de 2023 0 Por Natan

Logo que confirmei que estaria escalando no domingo com meu amigo Cruel no Tucum, me perguntei o que eu faria no sábado. Como no Tucum seria um dia bem exigente, não queria fazer nada muito forte no dia anterior, mas ficar em casa com um dia tão bonito não era uma opção. 

A primeira pessoa que me veio à cabeça para ir comigo para montanha foi o Miguel. O dia estaria ideal para levar ele em alguma montanha, logo peguei o telefone para pedir alvará dos pais e liberar o Minininho do Vô.

Logo cedo passei na casa do meu filho para pegar o “aspirante a montanhista”. Já estava pronto, de barriga cheia, boné e mochilinha arrumada. Quando me viu logo abriu um sorriso, sabe que quando o avô aparece sempre é coisa boa.

Na estrada com destino ao Anhangava, fomos escutando Bob Marley, sei que ele gosta e fica bem quietinho durante todo o percurso.

No estacionamento do Anhangava, ele só observava eu arrumando as coisas dele dentro da minha mochila. Até agora não achei nenhuma coisa que ele ficasse confortável para subir a montanha além do meu colo. O canguru para carregar criança, nem eu nem ele gostamos muito. Dentro da mochila não ficou nem fudendo. Ainda tenho uma opção não testada que é mochila de montanhismo para carregar criança e as traias que precisa, mas para hoje o colo é o que tem.

Subimos com muita calma, eu deixava ele pegar o que quisesse, galho, folha, pedra … qualquer coisa acaba sendo curioso e divertido.

Uma criança tão pequena na trilha acaba chamando a atenção de quem cruza pela gente. As expressões são das mais variadas, desde quem acha muito legal ele estar ali, até quem acredita ser perigoso para alguém tão pequeno. A montanha é e sempre será um lugar perigoso, mas cada um precisa avaliar os riscos. Tempo, lugar, condições do terreno, habilidades entre várias coisas, podem aumentar ou diminuir muito os riscos. Jamais colocaria meu neto em algum risco que não estivesse programado. Os degraus que precisa passar foi muito tranquilo, claro que para quem está observando e travado no meio da escadaria com medo, aquilo poderia parecer a coisa mais absurda do mundo, mas como falei, cada um tem que saber até onde consegue se cuidar e cuidar de alguém.

Não sei ao certo o quanto o Miguel entende o que eu falo para ele. Durante toda a subida fui mostrando tudo que estávamos passando. Orientando o que fazer quando tinha alguma movimentação diferente e necessitava de uma atenção maior.

Quando chegamos na rampa já bem próximo ao cume, paramos para eu dar água para ele. Sentado na rampa olhando o visual, Miguel apontava para frente e balbuciava alguma coisa, na dúvida, eu só concordava.

Já no cume do Anhangava, foi um dos momentos mais legais. Eu observava ele tentando imaginar o que se passava naquela cabecinha tão pequena. Com um pedaço de pão na mão, fazia um movimento lento e preciso, ele tirava pequenos pedaços e colocava na boca. Enquanto mastigava, olhava o horizonte como se estivesse aproveitando tudo aquilo que estava à sua frente. Só parou de “apreciar”o visual quando o pão acabou e reclamou alguma coisa apontando para a mochila que queria mais comida.

Depois de alimentado e hidratado, várias fotos para registrar esse momento. Chegava a hora de descer. Quando me viu colocando a mochila nas costas, esticou os braços para eu também pegar aquele pingo de gente com uma cara tipo: “Não me esqueça aqui Vô!”

Nas rampas novamente ele aponta para o horizonte mostrando alguma coisa ao longe, sem entender o que ele mostrava apenas concordei rsrsrs.

Na descida encontrei alguns amigos escalando. Coloquei o Miguel sentado para ver os escaladores subindo e ali ele ficou por um bom tempo vendo toda a movimentação.

Até o momento não reclamou de nada, não chorou e não ficou entediado, mas não era bom abusar. Me despedi dos amigos e continuamos nossa descida até o carro.

Antes de pegar a estrada, passei na casa dos amigos Guga e Josi que fica aos pés do Anhangava para trocar o Minininho, colocar uma roupa seca e chegar apresentável em casa. Pensei que no caminho iria pacotar e dormir, mas venho comendo pão e “falava” em tempos em tempos como se estivesse comentando alguma coisa.

Um dia inteiro sozinhos, aproveitando a companhia um do outro. Se eu soubesse que seria tão legal ser avô, teria incentivado meus filhos a serem pais a muito tempo atrás.

No carro, observando o movimento enquanto escutava Bob Marley.

Miguel, Minininho do Vô.

Miguel e Natan.

Nada como um colo.

Minininho do Vô no cume do Anhangava.

Participando do projeto do Vô das 100 montanhas do Paraná.

Um dia para estar na montanha.

Vendo o que é escalada pela primeira vez.