Crista do Morro 7 – instalação de cordas e melhorias da nova trilha

Crista do Morro 7 – instalação de cordas e melhorias da nova trilha

13 de junho de 2021 0 Por Natan

Para a atividade deste mês, o Clube União Marumbinismo e Escalada – CUME, queria finalizar o trabalho que começamos em janeiro, na primeira investida de abertura da trilha pela crista e, depois em fevereiro quando finalizamos a abertura da trilha até o cume do Morro 7. Faltava melhorar a trilha e a sinalização entre o cume do Morro 7 e o início da crista, além de instalar algumas cordas fixas nos pontos mais críticos.

Em 9 pessoas do clube, todos empolgados e preparados, iniciamos nossa caminhada na fazenda Garbens, isso  já passava um pouco das nove horas da manhã.

Subi de “fecha fila”, não queria acelerar o passo, ainda estou observando como anda meu fôlego e condicionamento físico pós covid.

O dia estava perfeito, o céu estava azul com uma temperatura muito agradável para caminhar na serra. 

Subindo tranquilo e com toda essa turma levamos um pouco mais de 2 horas para chegar no cume do Mãe Catira. Seguindo nosso caminho descemos a encosta da montanha agora com o objetivo de chegar no cume do Morro 7.

No final da descida, quando a trilha começa a pegar a direita, comecei a ficar atento em alguma entrada ou marcação a minha esquerda, precisava encontrar o início da trilha que dava acesso a crista.

Passamos por uma entrada e marcamos mentalmente aquele lugar, um pouco mais a frente tinha outra entrada até mais marcada do que a primeira. Enquanto a galera seguia em frente pela trilha principal eu entrei nessa segunda entrada para se certificar se era o que procurávamos ou não. A trilha não seguiu muito e tivemos certeza que por ali não era, só poderia ser aquela primeira.

Acelerando o passo seguimos até o cume do Morro 7, com um dia lindo como aquele não tinha como não passar um tempo no cume aproveitando o visual.

Depois de comer, tirar fotos e muita risada, nos preparamos para voltar a caminhar, já era quase duas horas da tarde, passamos um bom tempo no cume, chegou até dar uma certa preguiça em pensar em todo o trampo que tinha pela frente.

Saindo do cume do Morro 7 em direção ao Mãe Catira, nosso melhor ponto de referência da entrada da trilha era passando o riozinho maior, passa uma entrada de trilha que não dá em lugar nenhum e logo a frente tem outra entrada, agora fitada com marcações amarelas.

Fui na frente tentando não pisotear muito o mato para seguir o rastro da trilha que estava meio fraco. Algumas marcações que o Gilberto Bandeira fez  na primeira repetição da crista. Logo atrás de mim o Luis vinha confirmando o traçado da trilha que tínhamos em gps. O Iury com o facão ficou com o trabalho de deixar a trilha boa para caminhar. Adelino ficou na sinalização com fitas amarelas nas árvores, o restante vinha verificando se a trilha ficou boa e bem sinalizada, além do apoio aos demais quando precisava.

Todo esse trabalho foi feito até um pouco à frente do rio, muito próximo a parte alta da crista. Desse ponto já não precisava mais de sinalização, a vegetação coberta por arbustos baixos e rígidos deixou um bom rastro por todo percurso, fora que crista é crista, não tem para onde ir.

Os pontos escolhidos para colocar as cordas fixas são pontos onde a vegetação é mais sensível e apresentam um risco maior. Foram 5 pontos de apoio artificial que foram instalados. Um total de 50 metros de corda.

ATENÇÃO: Reiterando o que já foi falado em outros momentos: montanha não é passeio no parque, a Crista Sudeste é uma caminhada mais técnica e apresenta vários pontos perigosos. Sempre fui defensor do direito ao risco. Se vc por algum motivo acha que esta trilha está perigosa! Que talvez deveria ser instalado degraus ou algo parecido! Desculpe a franqueza, mas vc não deve estar preparado para essa caminhada. Não temos que baixar o nível técnico da montanha para vc conseguir acessar. Tem muita montanha por aí que vc pode fazer antes de querer entrar nessa crista.

Não me leve a mal … mas talvez precise ganhar um pouco mais de experiência e conhecimento técnico antes de entrar, isso não é feio. 

Se não consigo escalar uma via de 9° grau, não vou pedir para os conquistadores colocarem mais proteções ou cavar agarra porque eu não consigo fazer essa via de escalada, vou treinar e me preparar para elevar o MEU grau de escalada, simples e coerente assim. Assim funciona o mundo da escalada a muito tempo.

 

Logo que terminamos de instalar a última corda o sol já tinha se posto no horizonte, tínhamos alguns minutos de luz antes de precisar ligar as lanternas.

No início da caminhada noturna a lanterna da Luiza deu problema, passei a minha lanterna para ela e grudei na nossa montanhista mais jovem para aproveitar a luz e dar o suporte quando fosse necessário.

Descida demorada e delicada, mas mesmo assim o pessoal não perdeu a empolgação e o bom humor. Mais para o final da trilha o grupo diminuiu o ritmo, estávamos todos cansados e querendo chegar logo, o ritmo lento devido a escuridão da noite acabou desgastando mais do que imaginamos essa caminhada.

O importante é que finalizamos esse projeto, essa era a última coisa que ainda o CUME gostaria de fazer antes de partir para uma nova empreitada. Todos bem, seguros e com o dever cumprido … isso que importa. 

Crista Sudeste ficou um tesão, linda e desafiadora. Parabéns a todos os envolvidos nesse projeto.

Inicio da nossa caminhada na Fazenda Garbers.

Primeiro ponto de água na subida do Mãe Catira

Marumbi lindo com vista do cume do Morro 7

Luiza visitando a primeira vez o cume do Morro 7

Clube União Marumbinismo e Escalada – CUME

Visual …

Hora de ir para a parte divertida, descida da crista.

Entre a trilha principal do Morro 7 e o inicio da crista melhoramos a trilha e sinalizamos.

Visual da Serra do Ibitiraquiri no ponto mais alto da crista antes de começar a descer.

Morro 7 visto do inicio da crista

Luiza começando a descida

Instalação de cordas nos pontos mais críticos

Testando as cordas

Piazada animada no trabalho

Crista

Luiza testando outro ponto de corda fixa

Dia longo e o sol indo embora